segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Enluarada.

- Estou sendo consumida por isso! – gritei exasperada, mas não havia ninguém par me responder. Eu estava sozinha... Sempre sozinha.
- Minha culpa, eu sei que sim! – Todas as minhas escolhas havia me levado ate ali, o que eu poderia fazer agora? Creio que nada.
- Estúpida, ignorante!- Andei ate a janela e deixei a luz da lua enluarar-me, eu não queira ter feito aquela escolha difícil, mas em toda a minha vida eu nunca acabei as coisas, seria a vida a coisa certa para terminar?
Eu tive milhões de projetos, sonhos e vontades... Algumas estão iniciadas, outras não passam de rascunho no papel.
- Helena... Helena, garota bobinha de cabelo loirinho, pele branquinha, cabeça oquinha. – Ri da antiga frase que mamãe costumava falar, sempre gostei das rimas, gostava tento que nunca liguei para a cabeça oca.
Uma brisa quente entrou no quarto e fez meu vestido de seda azul balançar, eu já estava tonto... Acho que é o fim da vida fazendo efeito. Está difícil escrever, mas mesmo assim continuo. Todos merecem saber qual foi minha desgraça e digo paixão: não morri por homens, dinheiro ou tristeza, estou morrendo por mim. Simples assim, complicado assim.
Não tenho frases filosófica para te oferecer, não tenho lagrimas para chorar nem dores para reclamar. Eu sou tudo aquilo que não queria ser: sou o vazio na multidão, o escuro no claro a tristeza na alegria, mas também sou o contrário... Uma controvérsia quem sabe?
Eu não sei, e decidi ir embora assim: Sendo menos do que poderia ser, um pouco mais que o esperado, sozinha e nua. Deixei o lindo vestido no chão e fui banhada pelo calor do verão, fui para a cama e estou quase me tornando àquela boneca de cera, fria e imóvel.
E você vai ficar aqui, apoiado em meus seios, aberto... Escancarado, revelando a morte que foi feita pela vida.